É como muito gosto que informo, a todos os que me visitam, da parceria entre o Sabor e Saberes e a Rui Simeão - Sal Tavira.
Convido-vos desde já a visitar a sua página http://www.ruisimeao.com/
É esta a marca registada sob o n.º 360713 V, do INPI, deste produtor em Nome Individual, proveniente de uma família de Salineiros, em actividade artesanal permanente ao longo de 5 gerações, passando testemunho e conhecimento de pais para filhos nas suas próprias propriedades que eles próprios trabalham, na execução, preparação de salinas, gestão, controlo da sua própria colheita e comercialização do seu próprio produto, pois não comercializa produtos que não produza na sua salinas, por isso tem só uma marca e uma só certificação.
Esta unidade de produção de Flor de Sal e de sal Artesanal, constituída por uma salina com cerca de 13 hectares, sendo considerada, por especialistas e pela comunicação social, como uma salina modelo, não só pelo modo como se divide bem como pela sua implantação no terreno e processos utilizados na produção e colheita. As salinas são constituídas por três divisões que são: 1ª a armazenagem da água do mar; 2ª evaporação e consequente concentração; 3ª cristalização e colheita. Do equilíbrio de áreas de cada superfície provém uma optimização da produção e a sua qualidade.
A capacidade de produção é de 60 a 80 toneladas de Flor de sal e de 800 a 1000 toneladas de sal Tradicional. A sua localização no Parque Natural da Ria Formosa, a 500m da barra de Tavira onde a qualidade das argilas que estão implantadas, o seu posicionamento relativamente à entrada de água do oceano e ainda, o mais importante, a qualidade do produto final, comprovada por uma simples visita às salinas e análises realizadas, ao produto final, proveniente desta salina, efectuadas pelas certificadoras. Esta unidade de produção situa-se junto do parque de estacionamento do mercado Municipal de Tavira e está implantada numa área longe de esgotos, estações de tratamento, rios e outras áreas, ocasionalmente, perigosas em matéria de poluição proveniente de terceiros alheios à produção.
Esta empresa dispõe de uma área de armazenagem das colheitas de 1500m2, altura média de 3metros e 3000m3 de capacidade. Foi construída em alvenaria de betão com paredes grossas próprias para o efeito (auto-portante), resistente aos esforços, das sobre cargas provenientes do armazenamento do sal contra as paredes. Nestas mesmas instalações, propriedade total deste produtor, procede-se à empacotamento artesanal e sua preparação para distribuição, segundo as normas das Certificadoras e normas internas respeitando sempre todas as boas normas de higiene, qualidade e segurança alimentar, e sistema de H.A.C.C.P em constante implementação, tendo consultora alimentar externa.
Este produtor foi pioneiro, em Portugal, na produção de Flor de Sal (coalho, nome pelo qual era conhecida entre os Salineiros), dois anos antes de todo e qualquer outro ter aprendido consigo, inicialmente para exportação, depois para consumo nacional. Este produto sempre se colheu, nos cantos dos talhos, para consumo próprio e para ofertas aos amigos, desde que há conhecimento destas salinas. Existe um autocontrole de produção e de qualidade, proveniente do conhecimento passado verbalmente entre os familiares, não só dos avós até a este produtor, como também entre os quatro irmãos da avó, que também eram moleiros cumulativamente a este ramo de produção, que aos poucos se sobrepôs na totalidade à moenda de farinhas alimentares em azenhas de mar, mas em outras propriedades contíguas, já desactivadas pelos seus sucessores, com cerca de 100 hectares. Estes conhecimentos provenientes da experiência própria têm sido actualizados ao longo dos tempos e postos em prática na optimização da produção, colheita, armazenamento e empacotamento, tendo em conta os avanços tecnológicos na pós-colheita, tendo se procedido a melhorias no transporte e armazenamento avanços científicos mais recentes na qualidade do produto final.
Desde o ano 2000 ininterruptamente, nesta unidade de produção a Flor de sal e o Sal Artesanal são produtos certificados, pela certificadora Nature & Progress, em França, com caderno próprio de normas de preparação de salinas, de colheita, de armazenagem e de controlo de produto final. As auditorias à produção, as análises ao produto final são realizados pela certificadora portuguesa Sativa, por protocolo entre as certificadoras, ambas acreditadas na IFOAM e a partir da colheita de 2008 certificado também pela empresa portuguesa SATIVA (este produtor só comercializa em exclusivo os produtos da sua própria colheita sob uma única marca e com ambas certificadoras).
Deste tipo de actividade, existem registos históricos, que podem ser consultados na Biblioteca da Câmara Municipal de Tavira, desde 2000 anos AC (à relativamente 4000 anos época fenícia) onde podemos constatar que o método de colheita era semelhante ao actual. Este tipo de actividade artesanal, desenvolve-se em plena natureza, é amiga do ambiente, sem o afectar, e a prova disso está na manutenção de todo o ciclo de vida desde o mais vulgar dos peixes, moluscos, crustáceos, planton, aves, até à artemia salina que é um micro-crustáceo, o último dos seres vivos, que se alimenta da Donaliela Salina, última alga do ciclo de vida, em salmoura, sendo ambas as únicas sobreviventes até ao grau máximo de salinidade.
A partir de Junho de 2007, ambos os produtos foram aceites como aderentes no projecto “Compro o que é nosso”, permitindo usar o logótipo com essa classificação.
O meu muitíssimo obrigada à Rui Simeão pela simpatia e pelos produtos fantásticos que me enviaram.
Por fim, posso dizer que é de louvar a qualidade dos produtos nacionais e que estou desejosa de fazer receitas com eles para, mais tarde, partilhar convosco.
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